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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

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26/12/2012 10h00

Associação Guatá é selecionada em edital dos Pontos de Cultura do MinC

No começo era o verbo, a ação, a necessidade de se colocar em movimento as palavras, as ideias e as expressões humanas. No começo era a certeza de que as trocas e a criatividade, componentes do que chama  literatura e arte,  formam um componente fundamental para a prática da cidadania. Através deste entendimento foi sendo consolidado o projeto Tirando de Letra, iniciativa mantida pela Associação Guatá, que acaba de ser selecionada pelo edital Pontos de Cultura, ação do Ministério da Cultura (MinC) que integra o Programa Cultura Viva, desenvolvido em parceria com os estados, prefeituras e instituições brasileiras.

O convênio entre os governos federal e municipal visa à criação na cidade da Rede de Pontos de Cultura, por meio da qual serão apoiados financeiramente  projetos de natureza artística e cultural, dirigidos a estudantes de escolas públicas e a populações em condições de vulnerabilidade social. Cada entidade irá receber recursos no valor de R$ 180 mil, destinados à execução dos programas aprovados ao longo de três anos e à aquisição de equipamentos digitais.

O projeto da Guatá aprovado prevê a realização de atividades voltadas à popularização da leitura e de incentivo à produção de texto, em dez escolas da rede pública estadual de educação e em dois centros de convivênicia. A iniciativa inclui a criação de círculos e grupos de leitores nas instituições de ensino e de fomentação artística, aliando  ferramentas convencionais aos multimeios fornecidos pela cultura digital.

Para o diretor da Guatá, Paulo Bogler, a aprovação da entidade contempla o trabalho de seus integrantes e apoiadores, desenvolvido juntamente com as instituições parceiras. “Ao longo dos anos, estamos construindo uma rede de pessoas e de entidades que ousam participar desse sonho coletivo, que é o de fomentar literatura e arte como direitos das pessoas e como forma de exercício da cidadania. Por isso, compartilhamos com essas pessoas cada passo e cada conquista da Guatá, e seguimos caminhantes”, diz o produtor cultural.

CAMINHO – O poeta e produtor cultural londrinense, Valdir Grandini, também avalia a importância de iniciativas populares como a da Guatá. “Em termos de comunicação, esse é um tempo diferente. Mas não porque ele já chega renovado, e sim porque podemos gerar algo novo a partir dele. Desde que os meios como o cinema, a televisão, o rádio e a grande imprensa se espalharam, foi com as características de indústria capitalista: propriedade privada, decisões concentradas e trabalho parcializado. Passaram a tratar comunicação e cultura como mercadorias. Na verdade, as engrenagens mais importantes para a expansão econômica e ideológica. Agora, as tecnologias de produção comunicativa mais acessíveis e a horizontalidade próprias da internet criam o novo ambiente da cibercultura e permitem que todo cidadão seja agente comunicativo.”

“No entanto, isso é o começo, a janela das possibilidades, porque ainda não sabemos direito o que fazer. Essa é a importância de projetos como o Guatá: vislubrar a jenela e a partir dela criar comunicação amplamente cultural, que difunde a diversidade, coloca em cena novos atores criativos, pluraliza trabalhos artísticos e espalha criticidade. O Guatá é isso: o poder desse vislumbre; a picada que se abre!!”, Grandini complementa.

A REDE IGUAÇUENSE – O projeto Tirando de Letra atingiu a pontuação 8,3, concedida pela comissão de avaliação das propostas, alcançando a nota mais alta entre todas as proponentes participantes do edital público. Os projetos foram analisados por representantes do MinC, da Fundação Cultural e do Conselho de Cultura.

A seleção pública dos Pontos de Cultura iguaçuenses era aguardada pelos produtores locais há cerca de três anos. O Portal da Transparência do Governo Federal  informa que o município já havia recebido em 26 de dezembro de 2011, R$ 560.000,00 repassados pelo MinC, referente ao pagamento da primeira parcela do projeto. Finalizada esta primeira etapa, caberá ao próximo governo da cidade a formalização dos convênios e a efetiva execução do programa.

Das dez entidades iguaçuenses selecionadas para a Rede de Pontos de Cultura, quatro são relacionadas a trabalhos comunitários e de assistência social e desenvolvem ações artísticas; duas instituições são baseadas na cultura gaúcha; duas entidades atuam com literatura, uma em teatro e uma com artesanato.

Ao todo, o Minc irá investir da Rede de Pontos de Cultura de Foz do Iguaçu  cerca de R$ 1,7 milhão de reais, mediante a contrapartida de R$ 840 mil da prefeitura local. Foram contemplados 10 projetos nesta consulta pública, restando ainda outras quatros iniciativas para serem selecionadas. Ao todo, dezesseis entidades submeterem propostas, sendo que seis foram desclassificadas na fase de habilitação documental.

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