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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

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Claudio Siqueira - Do Natal, a festa universal da cristandade, na visão de Claudio Siqueira

Ah! O Natal! Festa universal da cristandade. Tantas luzes, muitas cores; neve nos trópicos, anões encantados e renas voadoras.

Data em que a humanidade de cultura cristã ou influenciada por ela tentam inserir nesse dia sentimentos de solidariedade, afeto e amor. Bem verdade que a nossa cultura cristã ocidental tem confundido um pouco o que é o amor, mas a intenção é o que vale.

Da cultura cristã e do cristianismo, o que é Natal?
Falamos que o Natal é uma data cristã, mas não lembro em ter encontrado na Bíblia o Papai Noel, e pior, ao contrário da data da ressurreição de Cristo, numa Páscoa, não temos em nenhuma parte da mesma Bíblia o relato da data de seu nascimento.

Da cristandade, apenas os católicos, ortodoxos e luteranos tem o 25 de Dezembro como data real do nascimento de Jesus. Já os protestantes reformados, principalmente os de linha calvinista, não comemoram e nem reverenciam o Natal, por ser data romanista (de origem católica). Os pentecostais em geral e demais protestantes da linha arminiana tem reverência ao Natal como data símbolo, não que seja a data real; eles prestam reverência apenas por simbolizar o nascimento de Cristo.

Qual a origem do Natal?
25 de Dezembro marca o início do solstício de inverno no hemisfério norte, sem dia muito certo, quando a noite é a mais curta. A data era comemorada na Roma antiga em homenagem à deidade pagã persa Mitra; Natalis Solis Invicti, "nascimento do sol invencível”, como denominavam o 25 de Dezembro. Ou seja, os romanos comemoravam o aniversário de Mitra.

Em 354 da era cristã a então jovem e estatal Igreja Católica Apostólica Romana cristianizou o Natal, trocando os aniversariantes.

Pela Bíblia podemos saber com segurança que Jesus não nasceu em Dezembro. Lucas escreve que os pastores que o visitaram na estrebaria logo após seu nascimento estavam no campo aberto apascentando. Também sabemos que em Dezembro é Inverno em Israel e esses invernos são realmente rigorosos. Logo não se apascentam ovelhas em campo aberto no Inverno em Israel.

Dos símbolos cristãos e símbolos natalinos
O cristianismo primitivo adotou para sí o Batismo e a Ceia como símbolos institucionais universais. Também a Cruz e o peixe, como signos de identificação. Demais símbolos da cristandade foram adquiridos pela Igreja católica posteriormente, da cristianização de símbolos pagãos e preservados também pelos Ortodoxos. Os protestantes na reforma eliminaram esses, mantendo os primeiros. Alguns protestantes eliminaram inclusive a cruz como símbolo.

Se formos listar os principais símbolos natalisnos, pouca coisa de origem cristã encontraremos neles.
Papai Noel: Noel é Natal em francês. O bom velhinho faz referência ao Bispo Nicolau de Mira (250? d.C. - 342 d.C.),  santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega, que tinha o costume de presentear as crianças pobres em 1º de Janeiro (data em que gregos costumam dar presentes uns aos outros). Sabemos que ele não se reservava a dar presentes apenas nessa data, nos outros dias trabalhava em auxílio das crianças, doentes e idosos.
Da roupa vermelha do Papai Noel (Nicolau sempre foi representado em vestes de bispo), foi de uma campanha da Coca-cola no século XIX.

Árvore de Natal: Culturas pagãs anteriores ao cristianismo tinham as árvores como símbolos divinos. A primeira árvore de Natal conhecida foi feita em 1510 na Letónia, que foi inspirada na tradição pagã germânica. Os germanos costumavam enfeitar pinheiros, tido como divinos, às vésperas do solstício de inverno, que coincide com a data em torno do Natal.

Na década de XVIII um monge beneditino, Bonifácio, tentou erradicar o costume, mas sem sucesso. Então resolveu associar a forma triangular do pinheiro com a Santíssima Trindade.

Presépio: Talvez o símbolo mais cristão do Natal. É uma maquete do nascimento do Salvador. Atribui-se o primeiro ser obra de Francisco de Assis (1182 d.C. - 1226 d.C.)

O que temos com o Natal?
Não me parece ser de alguma importância sabermos que o Natal não é tão cristão. Aos cristãos que decidirem comemorar a data como referência ao nascimento de Cristo, bem o fazem pelo seus costumes e fé. Aos demais cristãos, principalmente os protestantes reformados, que não comemoram o Natal, também o fazem em sua fé. E aos outros cristãos e não cristãos que comemoram o Natal sem ao menos saber alguma coisa além de que a data é um feriado, fica a reflexão aqui de qual a importância desta data para tantos.

Particularmente nunca gostei do Natal (não por ser protestante reformado ou comunista - ser comunista realmente tem nada com o caso, não nasci comunista, mas nasci protestante) por ser uma data onde as misérias e tristezas humanas, das crianças e velhos, ficam mais evidentes. O nosso Natal ocidental foi impregnado pelo consumismo e individualismo. Daremos presentes esperando outros melhores, desejaremos Feliz Natal ao porteiro e à zeladora (mas dificilmente folga). Talvez até daremos uma garrafa de vinho ou um panetone ao varredor de rua. Ao mendigo da esquina daremos um prato de lentilhas, e ao cachorro magro com ele, uma coxa de peru. Enfim, ficaremos felizes e agradecidos a Deus, por ter uma data onde podemos expressar de forma tão intensa os valores cristãos de fé, esperança e amor.

Amanhã é Natal. Boas festas a todos. Só me pergunto se Jesus, de onde ele está, realmente está contente com a festa que fazem para ele. Mas enfim quem se importa? Então um Feliz Natal para todos.

Claudio Siqueira é acadêmico de antropologia na Unila, em Foz do Iguaçu.

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