Eliana Tao - Olhar com outros olhos - Opinião da jornalista Eliana Tao sobre tempo x produtividade
Você tem ou já teve a sensação de que vinte e quatro horas são insuficientes para tantas coisas a serem resolvidas no dia-a-dia? Ou então uma grande insatisfação vinda sabe-se lá de onde ou do que se tudo está de algum modo indo bem sua na vida?
Ou ainda, apesar de ter estudado, lido e praticar o gerenciamento do tempo, organizar-se, listar prioridades, fica sempre com a impressão que seu dia de trabalho terminou sem resultados esperados tanto por você quanto pelos seus colegas e aqueles que são hierarquicamente superiores? Calma, pois a culpa disso tudo pode não ser sua.
Todas as pessoas trabalham sob pressão, isso não há como negar. E ela parece aumentar apesar do crescimento do aparato tecnológico que surge justamente com o objetivo de proporcionar maior agilidade a diversas atividades da vida pessoal, profissional ou para momentos de lazer.
Tais ferramentas, na maioria das vezes, cumprem o que prometem, quando utilizadas com bom senso e foco no ambiente corporativo, mas não podem ser totalmente responsáveis pelo trabalho desempenhado porque estes equipamentos não têm vida própria: eles são operados pelas pessoas.
Não sei se você já chegou à conclusão de que o gerenciamento do tempo nas organizações não depende somente de um individuo. Depende também e principalmente daquele que lidera as equipes de trabalho.
Assim sendo, fica muito difícil otimizar o tempo e finalizar as atividades rotineiras se aquele que está superior a você no organograma muda as prioridades a cada duas horas ou te elenca atividades para serem concluídas simultaneamente em um mesmo prazo e ainda te faz pressão psicológica extra repetindo como um mantra expressões como foco em resultados, cumprimento de prazos e o “alto” cargo ocupado por ele.
Se em Tempos Modernos Carlitos já sentia os efeitos das cobranças exageradas por produtividade, em pleno século XXI ele teria tendências muito maiores de desenvolver pressão alta, problemas cardíacos, estresse, doenças ocupacionais, depressão ou ataques de fúria.
Parece incrível que no terceiro milênio, com todas as mudanças nos modelos de administração de empresas ainda conseguimos fazer um comparativo negativo com atitudes e comportamentos da época da Revolução Industrial e perceber que elas ainda persistem.
Assim como é triste notar que apesar da escolaridade das pessoas terem aumentado muitas permanecem ignorantes quanto ao sentido do termo diversidade (com sua implantação e efeitos na prática) e não enxergam que cada pessoa contribui para a organização de um modo distinto dentro de suas capacidades e limitações, independente de serem portadores de necessidades especiais ou não.
E nessa linha de pensamento concordo com o neurocientista Miguel Nicolelis quando ele diz que uma população de indivíduos é capaz de realizações incríveis e até inimagináveis quando todos colaboram em pura e sincronizada harmonia na concretização de um objetivo coletivo.
E quando o objetivo é claro e bem definido nem sempre são necessários “olhos eletrônicos em todos os lugares” como previa a canção de Michael Jackson, nem precisam ser pressionadas para que as pessoas experimentem o seu máximo como fazia Henry Ford. Até porque o meu máximo pode não ser igual ao seu. E aí, como fica? Você é “mais” do que eu por conta disso? Não exatamente.
Mas infelizmente temos que aprender a lidar com líderes que não parecem humanos e não sabem conviver e tirar bom proveito das habilidades de cada membro de sua equipe e diz coisas do tipo: “como assim você não dá conta de fazer tudo isso? O fulano, que trabalhou comigo desde a organização dos super homens conseguia! Vai ter que se virar e me entregar isso hoje! Não sei como, mas quero pronto!”, certamente você conhece ou conheceu um desses em algum momento da jornada da vida em sociedade.
Muito provavelmente este ser perdeu as aulas de biologia humana e desconhece que por mais que a ciência tenha evoluído ainda é impossível comparar pessoas, afinal cada indivíduo é único, inclusive aqueles que têm origem univitelina: as capacidades e habilidades de cada um variam influenciadas por diversos fatores.
Sem nos darmos conta, temos nos tornado cada vez mais multitarefa, contaminados em maior ou menor grau pela “síndrome do polvo”, mas cada um tem que saber até ponto ela é benéfica e quando ela passa a ser negativa, bem como o impacto dela em cada pessoa, seja no ambiente corporativo, na vida pessoal ou nos momentos de descontração.
Inegavelmente profissionais são cada vez mais exigidos nos tempos atuais, o que não justifica tratá-los sem a menor sensibilidade e humanização, pois sejam quais forem os objetivos estratégicos de uma organização, estes não são atingidos por si só ou por uma EUquipe, mas sim por vários grupos de profissionais trabalhando, cada um na sua especialidade, mas em conjunto, estando todos física, mental e emocionalmente saudáveis.
Certamente o equilíbrio entre as pessoas e as necessidades organizacionais é algo difícil de conseguir, porém não impossível. Talvez a saída esteja nas pessoas conhecerem, respeitarem e saber trabalhar em diferentes ritmos, sempre lembrando que não há nada só bom nem ninguém é só mau e que várias vezes na vida temos que olhar com outros olhos. Mas não se preocupe: nunca é tarde para se aprender isso.
Eliana Tao é jornalista em Foz do Iguaçu.
Ou ainda, apesar de ter estudado, lido e praticar o gerenciamento do tempo, organizar-se, listar prioridades, fica sempre com a impressão que seu dia de trabalho terminou sem resultados esperados tanto por você quanto pelos seus colegas e aqueles que são hierarquicamente superiores? Calma, pois a culpa disso tudo pode não ser sua.
Todas as pessoas trabalham sob pressão, isso não há como negar. E ela parece aumentar apesar do crescimento do aparato tecnológico que surge justamente com o objetivo de proporcionar maior agilidade a diversas atividades da vida pessoal, profissional ou para momentos de lazer.
Tais ferramentas, na maioria das vezes, cumprem o que prometem, quando utilizadas com bom senso e foco no ambiente corporativo, mas não podem ser totalmente responsáveis pelo trabalho desempenhado porque estes equipamentos não têm vida própria: eles são operados pelas pessoas.
Não sei se você já chegou à conclusão de que o gerenciamento do tempo nas organizações não depende somente de um individuo. Depende também e principalmente daquele que lidera as equipes de trabalho.
Assim sendo, fica muito difícil otimizar o tempo e finalizar as atividades rotineiras se aquele que está superior a você no organograma muda as prioridades a cada duas horas ou te elenca atividades para serem concluídas simultaneamente em um mesmo prazo e ainda te faz pressão psicológica extra repetindo como um mantra expressões como foco em resultados, cumprimento de prazos e o “alto” cargo ocupado por ele.
Se em Tempos Modernos Carlitos já sentia os efeitos das cobranças exageradas por produtividade, em pleno século XXI ele teria tendências muito maiores de desenvolver pressão alta, problemas cardíacos, estresse, doenças ocupacionais, depressão ou ataques de fúria.
Parece incrível que no terceiro milênio, com todas as mudanças nos modelos de administração de empresas ainda conseguimos fazer um comparativo negativo com atitudes e comportamentos da época da Revolução Industrial e perceber que elas ainda persistem.
Assim como é triste notar que apesar da escolaridade das pessoas terem aumentado muitas permanecem ignorantes quanto ao sentido do termo diversidade (com sua implantação e efeitos na prática) e não enxergam que cada pessoa contribui para a organização de um modo distinto dentro de suas capacidades e limitações, independente de serem portadores de necessidades especiais ou não.
E nessa linha de pensamento concordo com o neurocientista Miguel Nicolelis quando ele diz que uma população de indivíduos é capaz de realizações incríveis e até inimagináveis quando todos colaboram em pura e sincronizada harmonia na concretização de um objetivo coletivo.
E quando o objetivo é claro e bem definido nem sempre são necessários “olhos eletrônicos em todos os lugares” como previa a canção de Michael Jackson, nem precisam ser pressionadas para que as pessoas experimentem o seu máximo como fazia Henry Ford. Até porque o meu máximo pode não ser igual ao seu. E aí, como fica? Você é “mais” do que eu por conta disso? Não exatamente.
Mas infelizmente temos que aprender a lidar com líderes que não parecem humanos e não sabem conviver e tirar bom proveito das habilidades de cada membro de sua equipe e diz coisas do tipo: “como assim você não dá conta de fazer tudo isso? O fulano, que trabalhou comigo desde a organização dos super homens conseguia! Vai ter que se virar e me entregar isso hoje! Não sei como, mas quero pronto!”, certamente você conhece ou conheceu um desses em algum momento da jornada da vida em sociedade.
Muito provavelmente este ser perdeu as aulas de biologia humana e desconhece que por mais que a ciência tenha evoluído ainda é impossível comparar pessoas, afinal cada indivíduo é único, inclusive aqueles que têm origem univitelina: as capacidades e habilidades de cada um variam influenciadas por diversos fatores.
Sem nos darmos conta, temos nos tornado cada vez mais multitarefa, contaminados em maior ou menor grau pela “síndrome do polvo”, mas cada um tem que saber até ponto ela é benéfica e quando ela passa a ser negativa, bem como o impacto dela em cada pessoa, seja no ambiente corporativo, na vida pessoal ou nos momentos de descontração.
Inegavelmente profissionais são cada vez mais exigidos nos tempos atuais, o que não justifica tratá-los sem a menor sensibilidade e humanização, pois sejam quais forem os objetivos estratégicos de uma organização, estes não são atingidos por si só ou por uma EUquipe, mas sim por vários grupos de profissionais trabalhando, cada um na sua especialidade, mas em conjunto, estando todos física, mental e emocionalmente saudáveis.
Certamente o equilíbrio entre as pessoas e as necessidades organizacionais é algo difícil de conseguir, porém não impossível. Talvez a saída esteja nas pessoas conhecerem, respeitarem e saber trabalhar em diferentes ritmos, sempre lembrando que não há nada só bom nem ninguém é só mau e que várias vezes na vida temos que olhar com outros olhos. Mas não se preocupe: nunca é tarde para se aprender isso.
Eliana Tao é jornalista em Foz do Iguaçu.
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